As eleições deste domingo (2) podem mudar mais da metade da atual composição da Câmara Municipal de Belo Horizonte, mesmo não havendo eleição para vereador neste ano. Isso ocorre porque dos 41 parlamentares da capital mineira, 25 são candidatos a algum cargo neste pleito e, se eleitos, os vereadores suplentes assumiriam o mandato.

Vale explicar que a mudança é feita com base no partido em que o vereador concorreu no pleito municipal de 2020 e não pela legenda na qual ele aparecerá nas urnas neste fim de semana. Há alguns casos de troca partidária nessa janela de dois anos. 

Se todos os políticos da Câmara de Belo Horizonte conseguirem a eleição, a Casa veria de volta oito ex-vereadores. O retorno mais emblemático seria o de Wagner Messias, conhecido como Preto, que possui cinco mandatos como vereador da capital mineira. A primeira eleição do parlamentar foi em 1997. Ele fazia parte da última legislatura que se encerrou em 2020, quando não conseguiu a reeleição e ficou como primeiro suplente do partido Democratas. Para que Preto retorne à Câmara, ele precisaria que Álvaro Damião seja eleito como deputado federal. 

Os outros sete políticos que já tiveram mandato e podem retornar à Câmara são Maninho Félix, Autair Gomes, Dr. Nilton, todos os três do PSD, Carlos Henrique (PTB), César Gordin (PROS), Cida Falabella (PSOL) e Ricardo da Farmácia (PMN). Na última legislatura, Gordin e Maninho Félix também assumiram o mandato na condição de suplente após Osvaldo Lopes e Doorgal Andrada serem eleitos para a Assembleia Legislativa. Já Ricardo da Farmárcia ficou como vereador por pouco mais de três meses, enquanto Fernando Borja assumiu como suplente na Câmara Federal e, depois, retornou à Câmara de Belo Horizonte.

Para assumir o cargo, há suplente que colabora ativamente na campanha do titular do mandato. Janaína Cardoso, por exemplo, suplente do PSL, tem sido cabo eleitoral de Léo Burguês, que tenta uma vaga em Brasília e deixaria o espaço aberto para que ela assumisse pela primeira vez uma cadeira no Legislativo municipal. 

Salto
O cientista político e professor do Ibmec, Adriano Cerqueira, considera que a grande possibilidade de renovação tem a ver com questões partidárias, que buscam a formação de grandes bancadas e, para isso, buscam políticos com boa performance. Ele também observa que é natural os saltos esperados pelos vereadores, já que esse é visto como um cargo inicial na política. “É possibilidade de você se projetar, do vereador iniciar uma carreira política mais relevante por conta do do apoio institucional que a vereadores propicia com a maior exposição e a possibilidade dele se tornar um nome relevante para o partido. E aí o partido investir neste nome para cargos mais relevantes”, pontuou.

 A quebra do mandato, confiado dois anos antes, segundo ele, pode ser contornada. “ A questão do eleitor vai depender muito da capacidade de comunicação do vereador com o seu eleitorado e sua base eleitoral. É sempre possível explicar que como vereador ajuda, mas como deputado poderia ser muito mais importante. Aí, evidentemente, vai depender do eleitor aceitar ou não as justificativas, não é incomum isso ocorrer não”, avaliou.

Em relação aos dois anos de mandato de um suplente, Cerqueira avalia que o período é suficiente para que o novo parlamentar consiga se projetar e, inclusive, consolidar seu nome no cenário político para tentar novamente a vereança em 2024, por exemplo.

Cinco partidos na Câmara possuem mais de um candidato neste pleito e, por isso, a coluna listou a quantidade de suplentes de acordo com o número de postulantes. Neste caso, se apenas um candidato for eleito, será convocado para o lugar dele o primeiro suplente. Se dois forem eleitos, serão chamados o primeiro e o segundo suplente e assim consecutivamente. 

Veja as possibilidades de ‘substituição’ na Câmara Municipal

Partido | Suplente | Quem precisaria ser eleito

PSD | 1º Suplente – Maninho Félix / 2º Suplente – Autair Gomes / 3º Suplente – Dr Nilton | Bim da Ambulância, Helinho da Farmácia ou Irlan Melo

PDT | 1º Suplente – Wagner do Sinjus / 2º Suplente – Helton Jr. / 3º Suplente – Bruna Bueno | Bruno Miranda, Duda Salabert  ou Miltinho CGE

AVANTE | 1º Suplente – Roberto da Farmácia / 2º Suplente – Prof. Flávia Rita | Flávia Borja ou Juninho Los Hermanos

PSOL | 1º Suplente – Cida Falabella / 2º Suplente – Maria da Consolação | Bella Gonçalves ou Iza Lourença

PP | 1ª Suplente – Dra Michelly Siqueira / 2º Suplente – Michelle da Creche | Rubão ou Wilsinho da Tabu

DEM | 1º Suplente – Preto | Álvaro Damião

PTB | 1º Suplente – Carlos Henrique | Ciro Pereira

PMN | 1º Suplente – Ricardo da Farmácia | Cleiton Xavier

CIDADANIA | 1º Suplente – Léo  ngelo da Itatiaia | Dr. Célio Frois 

REDE | 1º Suplente – Júlio Fessô | Gilson Guimarães

PSL | 1º Suplente – Janaína Cardoso | Léo Burguês

PT | 1º Suplente – Dr. Bruno Pedralva | Macaé Evaristo

PSC | 1º Suplente – Luiz Vidas | Marcos Crispim

PODEMOS | 1º Suplente – Loíde Gonçalves | Nely Aquino

PRTB | 1º Suplente – Uner Augusto | Nikolas Ferreira

MDB | 1º Suplente – Fabiano da Drogaria | Reinaldo Gomes

PROS | 1º Suplente – César Gordin | Wesley AutoEscola

PSDB | 1º Suplente – Dida Abreu | Henrique Braga

O Tempo