3 minutes readMais da metade dos vereadores de BH serão candidatos neste ano
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Após o fim do prazo para o registro de candidaturas para as eleições deste ano, a Câmara Municipal de Belo Horizonte viu os nomes de 24 dos seus 41 vereadores figurarem entre os postulantes às vagas do próximo pleito. Entre os cargos disputados pelos parlamentares da capital estão os de deputado federal e estadual, senador e suplente ao Senado. 

Dos 24, 12 assumiram o cargo de vereador há pouco mais de um ano e meio ou menos, como é o caso de Cleiton Xavier (PMN), empossado em 1º de julho após a renúncia de Rogério Alkimin. Em contato com o Aparte, Xavier disse que “já vinha fazendo uma pré-campanha para deputado federal desde janeiro de 2021”, quando diz ter visitado mais de 400 municípios para fortalecer a sua base, composta por igrejas evangélicas e também as unidades policiais, já que é delegado.

“O acesso à cadeira de vereador foi algo inesperado. Acredito que a posse como vereador em Belo Horizonte deu uma força a mais para o projeto rumo à Câmara (dos Deputados), pois os temas que tenho são de competência federal, como maior rigor na legislação penal e alteração significativa no Código de Trânsito”, disse.

Entre os postulantes no primeiro mandato estão, também, Duda Salabert (PDT) e Nikolas Ferreira (PL), antagonistas e detentores de votações históricas como as maiores da capital mineira para vereador. Dessa vez, eles tentam uma vaga na Câmara dos Deputados.

Estão na mesma condição Ciro Pereira (PTB), Dr. Célio Frois (PSC), Flávia Borja (PP), Iza Lourença (PSOL), Macaé Evaristo (PT), Marcos Crispim (PP), Miltinho CGE (PDT), Rubão (PP) e Wilsinho da Tabu (PP). 

Líder do prefeito Fuad Noman (PSD) na Câmara, Bruno Miranda (PDT) é quem vai tentar o maior salto na disputa. Ele concorrer ao Senado. Entre os suplentes está o também vereador Henrique Braga (PSDB). 

Organização

Miranda disse que é preciso conciliar responsabilidades do mandato com a campanha, que é feita em um prazo curto. “Mas me organizei para poder cumprir bem as duas tarefas”, explica. Eleito no último pleito, o líder de governo ficou fora da Câmara por alguns anos, já que o último mandato até então tinha sido entre 2013 e 2016.

Nesse período, exerceu cargos na Prefeitura de BH. “Acaba não parando o trabalho por Belo Horizonte, não teve interrupção na atuação política, mas, quando está com mandato, acaba tendo alguma visibilidade maior”.

Cientista político e professor da PUC Minas, Malco Camargos avalia que a prática de disputar um cargo enquanto detém um mandato é, “infelizmente, uma prática comum”. 

“Vale para vereador que sai pra deputado, senador etc., e vale também nos anos seguintes para deputados que saem para prefeitos. O resultado disso é quebra de confiança do eleitor e a interrupção do mandato. Dedicação muito maior à campanha do que à atuação como legislador. Para resolver isso, é simples, não precisa mudar as eleições de dois em dois anos, como alguns defendem, bastava exigir que, para disputar novo cargo, deveria renunciar. O problema é que hoje um parlamentar disputa outro cargo sem abrir mão do seu mandato. Isso gera uma distorção e problema no nosso sistema eleitoral”, avaliou.

O Tempo