3 minutes readCâmara de BH: definição de membros da CPI do Nepotismo gera reclamação
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A definição dos integrantes da  Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)  que vai apurar denúncias de nepotismo e uso indevido quanto à distribuição de cargos comissionados na Prefeitura de BH tem movimentado a Câmara Municipal da capital mineira. O representante do Avante na comissão incomodou o vereador Professor Claudiney Dulim (Avante), líder do partido na Casa.

Dulim protocolou reclamação formal à presidência da Casa após ter indicado o vereador Juninho Los Hermanos (Avante) para ocupar uma cadeira entre os titulares da CPI e receber a listagem dos integrantes sem o nome de Juninho. Em seu lugar, estava o nome de Flávia Borja (Avante), considerada oposição ao governo de Alexandre Kalil (PSD), prefeito belo-horizontino.

Além de Borja, até então são membros titulares da CPI do Nepotismo: Nikolas Ferreira (PRTB), Bruno Miranda (PDT), Wilsinho da Tabu (PP), Marcos Crispim (PSC), Helinho da Farmácia (PSD) e Ciro Pereira (PTB).

Os suplentes são: Wanderley Porto (Patriota), Pedro Patrus (PT), José Ferreira Projeto Ajudaí (PP), Jorge Santos (Republicanos), Bim da Ambulância (PSD), Wesley Autoescola (Pros) e Juninho Los Hermanos.

“A publicação referente à composição da Comissão Parlamentar de Inquérito causou estranheza uma vez que não observou a indicação realizada pelo líder do partido Avante”, inicia trecho do documento enviado por Dulim à Nely Aquino (Podemos), presidente da Câmara de BH. “Uma vez que a indicação realizada não contemplou a vereadora Flávia Borja, sendo assim, não poderia compor esta referida comissão”, complementa.

A reportagem entrou em contato com o Legislativo e aguarda uma posição sobre o caso.

CPI do Nepotismo 

A CPI do Nepotismo foi protocolada na última quinta-feira (30/09), após denúncias de suposto nepotismo envolvendo o setor de comunicação da Prefeitura de BH. A suspeita dos parlamentares é de que Vitor Colares, diretor-geral de imprensa, teria influenciado na progressão salarial da esposa. Procurado pela reportagem, o assessor nega as acusações, e a comissão ainda não tem data para instalação e início dos trabalhos.

“Meu trabalho na prefeitura é fazer assessoria de imprensa. O relacionamento com a minha atual esposa começou em 2020, quando nós dois já trabalhávamos na prefeitura em diretorias diferentes, e a mudança de cargo se trata de uma progressão natural na carreira de um servidor público. Considero a instalação da CPI uma perseguição política e uma decisão machista por não levar em conta que uma mulher poderia ter um aumento de salário por mérito próprio, sem que a influência do marido fosse determinante”, afirma Colares. 

“Esta CPI poderia ser apenas uma consulta à Prefeitura de BH ou ao Ministério Público. A Procuradoria-Geral já a considerou apta para assumir o cargo. A preferência pela CPI é para gerar palanque político e tentar desgastar o prefeito”, completa.

Mais uma CPI

Esta será a terceira CPI concomitante na Câmara de BH. As outras dizem respeito à Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) e aos gastos da Prefeitura de Belo Horizonte durante a pandemia de COVID-19. A primeira deve ser encerrada até a sexta-feira (15) da semana que vem, enquanto a dos gastos vai até 16 de novembro deste ano.

Estado de Minas