CPI: Definidos os vereadores que vão apurar suspeita de nepotismo na PBH
A presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Nely Aquino (Podemos), definiu, na tarde desta quarta-feira (6), os vereadores que vão compor a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar suspeitas de nepotismo na indicação de cargos na Prefeitura de Belo Horizonte. Primeira reunião está marcada para sexta-feira (8).
A CPI, que será a terceira em andamento na CMBH, foi criada após denuncia de que o diretor geral de imprensa da PBH, Vítor Colares, utilizou-se do cargo para que a mulher, gerente de Comunicação Digital da PBH, recebesse aumento salarial. Colares nega o favorecimento ilícito e destaca parecer emitido pela Controladoria Geral do Município, na época que se casaram, que nega a existência de nepotismo. Ainda segundo o diretor, ele e a mulher se conheceram na PBH e se casaram em 2021, três anos depois dela ser nomeada gerente em 2018.
A comissão ao todo, conforme o regimento interno, terá sete membros titulares e sete suplentes. Entre os titulares estão: o autor do requerimento e primeiro signatário da CPI, Nikolas Ferreira (PRTB), Flávia Borja (Avante), Ciro Pereira (PTB) e Wilsinho da Tabu, representando a oposição à Kalil. Os vereadores Bruno Miranda (PDT) e Helinho da Farmácia (PSD) da base do prefeito, e o vereador Marcos Crispim (PSC) como independente.
Segundo informação de bastidor, o vereador Ciro Pereira já está definido como o presidente da CPI e ainda há deliberação para a relatoria. Como a oposição conta com a maioria das cadeiras, a tendência é de que tanto a presidência como a relatoria sejam ocupadas por parlamentares opositores a Kalil.
A escolha dos dois cargos, no entanto, só será definida oficialmente na primeira reunião da CPI, onde haverá eleição para escolher o presidente e o relator. O vereador Wilsinho da Tabu já convocou os colegas para o primeiro encontro nesta sexta-feira (8). A regra para toda CPI é que, antes de elegerem o presidente, o membro mais velho convoca a primeira reunião como presidente interino.
Nota de Vitor Colares
Meu trabalho na Prefeitura é fazer assessoria de imprensa. O relacionamento com a minha atual esposa começou em 2020, quando nós dois já trabalhavamos na prefeitura em diretorias diferentes e a mudança de cargo se trata de uma progressão natural na carreira de um servidor público. Considero a instalação da CPI uma perseguição política e uma decisão machista por não levar em conta que uma mulher poderia ter um aumento de salário por mérito próprio, sem que a influência do marido fosse determinante.
Esta CPI poderia ser apenas uma consulta à PBH ou ao Ministério Público. A Procuradoria-Geral já a considerou apta para assumir o cargo. A preferência pela CPI é para gerar palanque político e tentar desgastar o prefeito.