CPI vai investigar contratos de limpeza da Lagoa da Pampulha, em BH
Uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara de Belo Horizonte vai investigar supostas irregularidades na execução de contratos de limpeza e recuperação da Lagoa da Pampulha, cartão-postal da cidade reconhecido pela Unesco. O pedido de apuração assinado por 15 vereadores foi protocolado nesta quarta-feira (30). Para a abertura do procedimento eram necessárias 14 assinaturas.
O pedido de investigação questiona a condição de limpeza da lagoa mesmo com as obras em andamento. Outro ponto do requerimento é o contrato com a empresa responsável pelo serviço. O relatório indica que o acordo foi firmado em 2018 e, desde então, recebeu quatro aditivos. Com isto, os repasse à companhia passou de R$ 16 milhões para R$ 61 milhões.
“Os sucessivos termos aditivos anualmente celebrados evidenciam a fraude no modelo de contratação, que foi transformado em uma prestação de serviços continuada, por consórcio composto por empresas que a Prefeitura considerou serem as únicas em todo o Brasil com capacidade técnica para a limpeza de lagoas, o que não faz o menor sentido”, defendem os vereadores no relatório.
A presidente da casa, Nely Aquino (Podemos) deu o prazo de cinco dias para que os líderes dos blocos apontem os membros da CPI. Após as indicações, serão escolhidos o presidente e relator do caso.
O grupo terá 120 dias para colher depoimentos e recolher os documentos necessários para emitir um parecer sobre as práticas investigadas. O prazo poderá ser prorrogado por mais 60 dias. Ao final, o relatório poderá ser enviado pela mesa diretoria aos órgãos investigadores como o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais).
O pedido de abertura da CPI foi assinado pelos vereadores: Ciro Pereira (PTB), Cláudio do Mundo Novo (PSD), Cleiton Xavier (PMN), Fernanda Pereira Altoé (Novo), Flávia Borja (PP), Gabriel (sem partido), Jorge Santos (Republicanos), José Ferreira; (PP), Marcela Trópia (Novo), Marcos Crispim (PP), Nikolas Ferreira (PL), Professor Juliano Lopes (Agir), Professora Marli (PP), Wesley (PP) e Wilsinho da Tabu (PP).
A CPI foi aprovada em meio às costuras para eleição da mesa diretora da próxima gestão da Câmara. Parlamentares ligados à base do governo dizem que foram pegos de surpresa com a comissão e acreditam que ela pode ter relação com a mobilização dos representantes da prefeitura para a eleição de um presidente alinhado com a prefeitura. A votação acontece no próximo dia 12 de dezembro.