Transferência de usuários entre unidades da Região Leste gera reclamações
O redirecionamento de usuários e equipes do Centro de Saúde Marco Antônio de Menezes, no Bairro Sagrada Família, para o Centro de Saúde Santa Inês, localizado no bairro de mesmo nome, também na Região Leste, foi debatido em audiência pública da Comissão de Saúde e Saneamento, nesta terça-feira (9/11).
Pacientes reclamaram que a mudança não foi discutida com a comunidade e nem amplamente divulgada pela Prefeitura, relatando dificuldades para acessar a nova unidade, seja pela mobilidade reduzida ou pela falta de condições financeiras para arcar com o transporte. Requerente da reunião, Wilsinho da Tabu (PP) cobrou explicações da PBH sobre os critérios de transferência de usuários e pediu que alguns casos sejam reavaliados. Representantes do Executivo apresentaram a metodologia utilizada para o remanejamento, feito com transparência e responsabilidade, e ressaltaram que a alteração contou com a participação popular nas reuniões da comissão de saúde local, apesar da baixa representatividade. Foi considerada a possibilidade de analisar o redirecionamento de pacientes para melhor atendê-los.
Se há reclamação, há um sinal de alerta. Peço que as autoridades reestudem o remanejamento
Vereador Wilsinho da Tabu
Wilsinho da Tabu disse que irá atuar como elo entre o Executivo e moradores da Região Leste, que têm feito perguntas sobre o tema em debate. Segundo ele, alguns cidadãos sem recursos vão ter que andar quase 3 km para serem atendidos. “Se há reclamação, há um sinal de alerta. Peço que as autoridades reestudem o remanejamento”, afirmou, acrescentando que “o usuário é o motivo maior de toda a estrutura governamental”. Wilsinho contou que, em outro remanejamento, foi possível reconsiderar a transferência de alguns usuários que tinham dificuldades em frequentar a unidade a eles designada, e sugeriu que os moradores antigos do bairro continuassem a ser atenidos no C. S. Marco Antônio de Menezes e os novos fossem transferidos para o C. S. Santa Inês, que “é espetacular”. O vereador enfatizou a importância do diálogo, sugerindo que a comunicação seja feita através de canais como Facebook e Instagram, e solicitou que a Prefeitura analise casos de usuários transferidos com dificuldade de locomoção, seja por idade, motivos físicos ou problemas financeiros.
Usuária dos serviços, Jussara Silva Gonçalves disse ter receio de que o remanejamento seja o primeiro passo para a privatização do Sistema Único de Saúde (SUS). Já Glaucio Rodrigues demonstrou dúvida sobre a razão e os critérios adotados para o remanejamento de pacientes entre as duas unidades e perguntou se os representantes do Executivo têm ciência das dificuldades que dos usuários no deslocamento de ônibus. Os moradores reclamaram que não houve divulgação suficiente das mudanças implementadas. A presidente do Conselho de Saúde Leste, Maria Aparecida de Souza, reiterou que as transferências foram divulgadas, reconhecendo, contudo, que a população não tem comparecido às reuniões da comissão local de saúde.
Estudo técnico e melhor estrutura
A representante da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) e subsecretária de Atenção à Saúde, Taciana Malheiros, disse que a secretaria e os vereadores presentes têm o mesmo objetivo, que é buscar a melhor forma de atender a população. Ela explicou que os remanejamentos ocorreram nas nove regiões da cidade e foram feitos geralmente para unidades de estrutura física mais favorável, visando atender as necessidades da população, reforçando que as mudanças foram apresentadas nas comissões locais e conselhos distritais de saúde.
Ewerton Lamounier, diretor regional de Saúde Leste, explicou que foram transferidos cerca de 2.078 usuários do C. S. Marco Antônio de Menezes para o C. S. Santa Inês, que recebeu um total de 3 mil usuários, cerca de 900 vindos de outra unidade de saúde. Antes do remanejamento, foi feito um estudo de cerca de um ano, reuniões com a SMSA e apresentações do Conselho Distrital de Saúde e nas comissões locais. Grande parte dos usuários do C. S. Marco Antônio de Menezes é de baixo risco e havia superlotação em locais como farmácia e setor de vacinas. Foi transferida uma equipe do C. S. Marco Antônio de Menezes para o C. S. Santa Inês, que tem boa estrutura física, além de receber profissionais do Núcleo de Ampliado de Saúde da Família (NASF). Para essas adequações, foram pesquisados trajetos, distâncias e linhas de ônibus disponíveis.
O coordenador de Administração Regional Leste, José Henrique de Oliveira Neto, disse que irá reavaliar a situação para atender melhor o usuário e convidou a todos a participar das mudanças. Ewerton Lamounier disse que o trabalho foi feito com transparência e responsabilidade, mas que os cidadãos, muitas vezes, não comparecem às instâncias de decisão e divulgação, convidando todos a participar das comissões de saúde locais e agradecendo as sugestões feitas.
Wilsinho da Tabu disse que fica aberta a possibilidade de que o cidadão possa procurar os representantes da Prefeitura, caso se sinta prejudicado com o redirecionamento da unidade de saúde, e solicitar a realocação se os motivos forem procedentes. Ele reiterou a necessidade de melhoria de comunicação entre o Executivo e os cidadãos.
Superintendência de Comunicação Institucional
📸 Veja as fotos desta audiência pública:
Assista e ✍🏽 Comente aqui e em nossas redes sociais:
📸 Instagram: 🤳🏻 Facebook: 🌀 Twitter:
👓 Leia a ata desta audiência pública clicando no botão a seguir: