4 - 5 minutes readReabertura do aeroporto C. Prates é defendida em reunião com Josué Valadão
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Proposta apresentada pela PBH prevê moradias populares no local onde o aeródromo funcionou até abril deste ano. Vereador Wilsinho da Tabu esteve presente no debate.

A Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços recebeu o secretário municipal de Governo, Josué Valadão, convocado a prestar esclarecimentos acerca da proposta de ocupação da área do Aeroporto Carlos Prates, desativado desde o último mês abril, bem como sobre as oportunidades de participação popular abertas pelas PBH no debate acerca da futura destinação da área. Presidente do colegiado e autor do requerimento de convocação, o vereador Braulio Lara (Novo) defendeu a retomada das atividades do aeródromo, tendo em vista sua contribuição para o desenvolvimento econômico da cidade, perspectiva compartilhada por outros parlamentares presentes na reunião, entre os quais Fernando Luiz (PSD), Wesley Moreira (PP), Henrique Braga (PSDB) e Sérgio Fernando Pinho Tavares (PL). No encontro, Josué Valadão afirmou que a decisão pela suspensão do funcionamento do aeroporto não foi da Prefeitura, mas do Executivo Federal, por meio da Infraero, e destacou ainda que a proposta preliminar de ocupação apresentada pela PBH contempla, entre outras iniciativas, a construção de moradias populares. 

Pólo de formação 

Segundo Estevan Velasquez, presidente da Associação Voa Prates – integrada por empresas concessionárias, trabalhadores e usuários do aeródromo – o Aeroporto Carlos Prates abrigava cerca de 15 empresas, além de capacitar mil pilotos por ano. Caso o fim das atividades não seja revertido, pelo menos 500 pessoas perderão os empregos e vários estudantes não poderão concluir seus cursos, já que Belo Horizonte não contaria com nenhum espaço apto a suprir a demanda de formação de aviadores atendida no local.

Ao defender a retomada das atividades do Aeroporto Carlos Prates, que por 80 anos funcionou na Região Noroeste de BH, o vereador Braulio Lara destacou a relevância do equipamento para a geração de emprego e renda, para o desenvolvimento econômico, para a atração de investimentos e para o fomento da economia aeronáutica em BH e no país. Na reunião, o parlamentar leu um manifesto assinado por 22 vereadores contrários ao fechamento do aeroporto, e apontou que o ponto de vista defendido no documento seria respaldado por importantes organizações, como universidades, sindicatos e associações nacionais do setor aeronáutico. Os vereadores Fernando Luiz (PSD), Wesley Moreira (PP), Henrique Braga (PSDB) e Sergio Fernando Pinho Tavares (PL) manifestaram ponto de vista semelhante ao de Braulio Lara, defendendo que sejam revistas propostas de ocupação que levem ao encerramento definitivo das atividades tradicionalmente realizadas no local. 

Proposta da PBH

Conforme esclareceu o secretário Josué Valadão, a Prefeitura é atualmente responsável pela a guarda do terreno e tem atuado para garantir a segurança do local, que conta com mais de 500 mil m². A proposta preliminar da PBH para ocupação do espaço – cuja efetiva implantação ainda depende de arranjos com a União, atual proprietária da área – contempla a implantação de mais de 4 mil moradias populares, além de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), duas escolas, um parque, um centro cultural e um restaurantes popular, entre outros equipamentos. 

No entendimento do representante da Associação Voa Prates, contudo, o local não teria condições de acomodar as moradias, em função dos impactos urbanísticos para o entorno, perspectiva compartilhada por vizinhos do aeroporto presentes na reunião, que se mostraram preocupados com os reflexos negativos da construção de grandes condomínios no entorno, especialmente para o trânsito. Segundo a Voa Prates, abaixo-assinado colhido entre os moradores do entorno teria levantado cerca de 10 mil assinaturas favoráveis à manutenção das atividades do aeroporto. 

Habitações de interesse social 

Braulio Lara afirmou ser favorável à construção de casas populares para o enfrentamento do déficit habitacional da cidade, mas destacou que Belo Horizonte contaria com locais adequados para abrigar as novas moradias, sem precisar abrir mão de uma equipamento tão relevante para a formação de pilotos e para a atração de investimentos para a capital. Já o vereador Gabriel (sem partido), presidente da Câmara, criticou a proposta apresentada pela Prefeitura, que classificou como uma peça de marketing, que não atenderia aos interesses das pessoas em luta por moradia nem dos vizinhos do aeródromo.  

Para garantir a continuidade e o aprofundamento dos debates sobre o tema, Braulio Lara convidou o secretário Josué Valadão para retornar à Câmara no dia 14 de agosto, às 13h, quando a Comissão de Meio Ambiente realizará audiência pública para tratar da destinação da área. O parlamentar defendeu ainda que o secretário leve ao governo a proposta de repensar a política para ocupação do espaço, medida que, em seu entendimento, contaria com apoio popular e da maioria dos vereadores da Câmara. 

Superintendência de Comunicação Institucional