Toda vez que Belo Horizonte é devastada pelas chuvas, o Twitter acaba relembrando uma matéria em que o vereador e deputado eleito Nikolas Ferreira comemorava o veto a um empréstimo de R$ 900 milhões para a prefeitura.

Mas será que ele é realmente culpado? Vamos aos fatos.

Eram preciso 28 votos para aprovar o projeto e apenas 27 vereadores votaram a favor. Junto de Nikolas, outros 11 parlamentares barraram o projeto. A prefeitura precisava de só mais um voto entre estes doze.

Este voto poderia ter sido dado, inclusive, pelo vereador Cláudio do Mundo Novo, que pertence ao mesmo partido do ex-prefeito Alexandre Kalil, o PSD. Entretanto ele escolheu não votar. Vereadores da região do Vilarinho também votaram contra. (veja a relação completa dos votos no final).

Argumentos contra o projeto

“Já víamos outras obras sendo feitas na região e não conseguimos entender qual parte não tinha sido cumprida para a necessidade de mais dinheiro. Faltou transparência da prefeitura”, disse a vereadora Marcela Trópia (Novo) ao justificar seu voto.

Já Nikolas, defendeu que as obras estão sendo concluídas mesmo sem o dinheiro do empréstimo: “O empréstimo de 1 bilhão de reais não iria para a Vilarinho. Não tem nem a PALAVRA Vilarinho no projeto. Inclusive, estão concluindo as obras sem esse dinheiro”.

A prefeitura precisava mesmo do dinheiro?

É muito curioso que a PBH precisasse tanto de um empréstimo no início de 2021 quando no final do mesmo ano descobriu que tinha milhões sobrando em caixa para dar de subsídio para as empresas de ônibus.

“Isso vai sair de uma prefeitura que tem dinheiro em caixa, este valor está guardado, é do recurso ordinário do Tesouro e será colocado na veia da população”, disse Kalil ao justificar de onde viria o dinheiro do subsídio.

Então dinheiro em caixa pros ônibus tinham, mas para Vilarinho precisavam de empréstimo? A PBH vai gastar mais dinheiro com subsídios em menos tempo do que gastaria pagando este empréstimo.

Como votou cada vereador no projeto do empréstimo

Sim (seus respectivos partidos na época da votação)

1. Álvaro Damião (DEM)
2. Bella Gonçalves (Psol)
3. Bim da Ambulância (PSD)
4. Bruno Miranda (PDT)
5. Doutor Célio Fróis (Cidadania)
6. Duda Salabert (PDT)
7. Fernando Luiz (PSD)
8. Gabriel Azevedo (Patriota)
9. Gilson Guimarães (Rede)
10. Helinho da Farmácia (PSD)
11. Henrique Braga (PSDB)
12. Irlan Melo (PSD)
13. Iza Lourença (Psol)
14. Jorge Santos (Republicanos)
15. Juninho Los Hermanos (Avante)
16. Léo Burguês (PSL)
17. Macaé Evaristo (PT)
18. Marcos Crispim (PSC)
19. Marilda Portela (Cidadania)
20. Miltinho CGE (PDT)
21. Professor Claudiney Dulim (Avante)
22. Ramon Bibiano da Casa de Apoio (PSD)
23. Reinaldo Gomes (MDB)
24. Rogério Alkimin (PMN)
25. Sônia Lansky da Coletiva (PT)
26. Walter Tosta (PL)
27. Wanderley Porto (Patriota)

Não (seus respectivos partidos na época da votação)

1. Bráulio Lara (Novo)
2. Ciro Pereira (PTB)
3. Fernanda Pereira Altoé (Novo)
4. Flávia Borja (Avante)
5. José Ferreira (PP)
6. Marcela Trópia (Novo)
7. Nikolas Ferreira (PRTB)
8. Professor Juliano Lopes (PTC)
9. Professora Marli (PP) 10.
10. Rubão (PP)
11. Wesley Autoescola (Pros)
12. Wilsinho da Tabu (PP)