3 - 4 minutes readTrês grupos políticos disputam a presidência da Câmara de BH
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A disputa pela presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte, com eleição marcada para 12 de dezembro, se desenha com três grupos na briga por protagonismo no Legislativo municipal, todos em busca dos 21 votos necessários para vencer.


A briga fica hoje entre o grupo chamado “Família Aro”, de vereadores com influência do deputado federal Marcelo Aro (PP), o vereador Gabriel Azevedo (sem partido) e o da prefeitura, com o líder do governo Bruno Miranda (PDT). Este último, apesar de ter o nome circulando nos bastidores da Câmara, afirma ainda não haver definição sobre uma candidatura sua ou apoio a outro nome.

Até agora, 21 votos já estariam definidos, sendo dez deles com a Família Aro, cinco com o governo e outros seis com o vereador Gabriel. Os outros 20 votos de parlamentares estão em disputa, mas com tendências já desenhadas.

Apesar da vantagem numérica, que pode chegar a 15 votos, contando com os três vereadores do Partido Novo e os dois do PL, que tendem a votar com o grupo de Marcelo Aro, os parlamentares dessa ala ainda precisam pacificar uma disputa interna, já que tem três nomes colocados: Juliano Lopes (Agir), Wesley (PP) e Wilsinho da Tabu (PP). 

“Temos proximidade com os vereadores do grupo antes mesmo do alinhamento do Novo com o Aro. Mas falar em definição num cenário ainda muito fluido fica difícil. Muitas variáveis no todo, ainda que a gente tenha certeza do lado a se escolher”, afirmou a vereadora Fernanda Pereira Altoé (Novo).

Contas

Gabriel Azevedo conta com seis votos garantidos e busca outros 15. Desses últimos, cinco são da esquerda: Duda Salabert (PDT), Bella Gonçalves (PSOL), Iza Lourença (PSOL), Pedro Patrus (PT) e Macaé Evaristo (PT). Quatro votos viriam de vereadores do grupo de influência do deputado Luis Tibé (Avante) – Claudiney Dulin (Avante), Bim da Ambulância (Avante), Gilson Guimarães (Rede) e Juninho Los Hermanos (Avante). E outros seis seriam de parlamentares independentes – Henrique Braga (PSDB), Dr. Célio Frois (PSC), Wanderley Porto (Patriota), Irlan Melo (Patriota), Marilda Portela (Cidadania) e Ciro Pereira (PTB). 

“Motivaram-me a colocar meu nome por avaliarem que o presidente da Câmara precisa ter independência. De um lado há um grupo com influência de políticos de fora do Legislativo e do outro um candidato que tem como apoio apenas o Executivo. O ideal é somar com diálogo todos os vereadores possíveis, além de harmonia com a prefeitura, a favor da cidade”, explicou Gabriel.

Do lado do Executivo, o nome de Bruno Miranda é aventado, no entanto o parlamentar nega que haja qualquer definição. Em uma possível candidatura do líder de Fuad Noman (PSD) na Câmara, quatro vereadores devem votar com ele: Helinho da Farmácia (PSD), Ramon Bibiano (PSD), Fernando Luiz (PSD) e Miltinho CGE (PDT). Miranda também teria trânsito para tentar os votos da esquerda e de alguns independentes.

Fuad Noman: ‘Estamos assistindo e ouvindo’

Apesar da indefinição, a disputa pelo poder na Câmara de Belo Horizonte segue nos bastidores. Como O TEMPO mostrou, Marcelo Aro já teria ameaçado o prefeito Fuad Noman (PSD) para tentar manter o controle da Casa, após perder a eleição para o Senado, e a influência na Assembleia Legislativa, com o mandato de deputado federal chegando ao fim. 

Questionado, Fuad não confirmou nem negou a pressão de Aro; disse apenas que não iria comentar o caso. E, apesar de cogitar a candidatura de Bruno Miranda, o prefeito afirmou que não vai interferir na eleição do Legislativo. 

“O Executivo está assistindo e ouvindo os interesses. Precisamos de um presidente que seja uma pessoa republicana que trabalhe para o bem de Belo Horizonte”, disse.