Usuários de centro de reabilitação reclamam da falta de acessibilidade
Sem ônibus na porta, usuários pleiteiam mudança de endereço da unidade e parlamentares prometem visitas técnicas em terrenos disponíveis
A falta de acessibilidade no Centro de Reabilitação (Creab) Leste é uma reclamação recorrente dos usuários, que não encontram solução que não seja a mudança de endereço. A unidade, que atende usuários das Regionais Leste e Nordeste, funciona há mais de 20 anos no Bairro Sagrada Família, onde, para acessar a portaria na Rua Bicas, o usuário não conta com ônibus na porta e ainda tem que transpor um grande obstáculo: a declividade da rua. Só que o público do Creab é de pessoas com deficiência, muitas com limitações de mobilidade. O tema foi debatido em audiência pública nesta quarta-feira (4/5) pela Comissão de Saúde e Saneamento, a pedido de Wilsinho da Tabu (PP) que, junto com representantes dos Conselhos Municipal e Distrital de Saúde e da Regional Leste, indicou possíveis áreas para abrigar uma nova unidade. Claudio do Mundo Novo (PSD) sugeriu a realização de visitas técnicas aos endereços e reclamou da ausência de outros convidados mais próximos à Secretaria Municipal de Saúde.
Nova unidade deve ser em terreno plano e oferecer hidroterapia
Representantes do Conselho Municipal de Saúde, Sheila Costa, e do Conselho Distrital de Saúde Nordeste, Aparecida Silva, afirmaram que as reclamações de usuários do Creab Leste são constantes e apontaram a necessidade de um terreno plano para construção de uma nova unidade que possa garantir tanto a acessibilidade do usuário como a mobilidade urbana. Segundo Sheila, a situação é inadequada tendo em vista que o equipamento é destinado a pessoas com problemas de mobilidade. Já para Aparecida Silva, o poder público deve ter um pouco mais de atenção e priorizar a construção em um terreno plano, “pois quem precisa do serviço já tem dificuldade de locomoção”. Ela lembrou que a Regional Nordeste é cortada por uma BR e que a possível transferência de local deve levar em conta essa especificidade.
Além de pleitear uma topografia mais condizente com a função, a secretária-geral da Comissão Local de Saúde, Adriana Maia, pediu a ampliação do serviço com a inclusão de uma piscina para hidroterapia dos pacientes, tratamento que já é oferecido em Venda Nova e no Barreiro. A conselheira também chamou a atenção para a questão da mobilidade urbana.
Leste é a campeã de reclamação por falta de acessibilidade
Joseli Ramos, promotora de Saúde, pontuou que é um contrassenso uma unidade voltada para reabilitação não atentar para a questão e alertou que a falta de acessibilidade é um problema recorrente também em outras unidades de saúde. A promotora informou que solicitou à área técnica do Ministério Público um estudo sobre a acessibilidade em todos os Creabs da cidade. “O estudo vai contemplar ainda a falta de uniformidade na demora para atendimento das diversas unidades no que tange à distribuição de equipamentos e acessórios para os usuários”, relatou. Segundo ela, quando o tema é acessibilidade, a Regional Leste é a que apresenta o maior número de reclamações.
Diretor Regional de Saúde Leste, Ewerton Lamounier ponderou que os usuários que vêm da Rua Bicas não enfrentam esse tipo de problema. Entretanto, ele admitiu que a dificuldade de acesso ao equipamento foi pauta de diversas reuniões internas e com usuários, inclusive com a indicação de mudança de endereço. Segundo ele, há um conflito entre as áreas disponíveis e as exigências pontuadas. Questionado por Wilsinho se existe, por parte da PBH, um entendimento de que o atual local não é adequado, Ewerton afirmou que a Prefeitura está ciente do problema, mas que não há terreno público disponível. Segundo ele, ainda não foi possível encontrar uma forma de atender bem quem vem da Avenida Silviano Brandão, mas que a PBH trabalha para melhorar tanto a estrutura da unidade quanto a acessibilidade ao equipamento.
Wilsinho perguntou ao coordenador de Atendimento Regional Leste, José Henrique Filho, se há algum terreno disponível nos Bairros Sagrada Família ou Horto que pudesse ser usado para construção de um Centro de Reabilitação. José Henrique reconheceu que a região carece de equipamentos com mais acessibilidade, pois a queixa não está restrita ao Creab Leste. Ele apontou o terreno onde está prevista a construção do campo de futebol do Pompeia como uma possibilidade. “A área é grande e plana, podendo facilmente abrigar as duas propostas”, disse.
Cláudio do Mundo Novo sugeriu a realização de visita técnica para verificar o terreno onde será implantado o Campo do Pompeia. Wilsinho da Tabu acatou a sugestão e afirmou que vai requerer também informações sobre diretrizes para implantação de Creabs para ver quais terrenos porventura atendem. “Vamos pedir visita técnica no Campo de Futebol e também na Rua Costa Monteiro, na divisa com Avenida Cristiano Machado, e na Rua Petrolina, esquina com Conselheiro Lafaiete”. Segundo Wilsinho, a proposta é convidar representantes das Regionais Leste e Nordeste, além do secretário municipal de Obras e Infraestrutura.
Superintendência de Comunicação Institucional
DADOS TÉCNICOS
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