2 - 3 minutes readVereadores repudiam Kalil por críticas à presidente da Câmara e podem obstruir votações
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Ao menos 16 dos 41 vereadores de Belo Horizonte assinaram uma carta em repúdio às declarações do prefeito Alexandre Kalil (PSD) contra a presidente da Câmara Municipal, Nely Aquino (Podemos). Os parlamentares acusaram o prefeito de ser arrogante, desrespeitoso e machista contra Nely durante uma entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (3). 

Parte dos parlamentares também anunciaram a intenção de obstruir as próximas sessões e travar a votação de projetos na Câmara pelas próximas semanas.  

Kalil convocou a imprensa para criticar a postura de Nely, que decidiu devolver a ele o projeto de lei que pretendia reduzir em R$ 0,20 o valor da tarifa de ônibus na capital mineira. Segundo a chefe do Legislativo, o texto não tinha clareza, era ambiguo e não trazia as informações necessárias para viabilizar a análise pela Câmara.

“Em vez de aproveitar a oportunidade para corrigir os erros técnicos evidentes, o prefeito preferiu atacar pessoalmente a Presidente da Câmara Municipal”, afirmaram os vereadores. “Causa repúdio que o prefeito tenha mais coragem de atacar a presidente da Câmara Municipal do que enfrentar os empresários de ônibus na cidade”, continua a carta. 

O texto é assinado pelos vereadores: Bráulio Lara, Ciro Pereira, Fernanda Altoé, Flávia Borja, Gabriel, José Ferreira, Juliano Lopes, Marcela Trópia, Marcos Crispim, Marilda Portela, Marli Aro, Reinaldo Gomes, Rubão, Wanderley Porto, Weslei e Wilsinho Tabu.

Entenda o caso

Em dezembro do ano passado, a Prefeitura de Belo Horizonte anunciou ter fechado um acordo com representantes das empresas de ônibus para garantir uma redução no preço das passagens na capital mineira. Para isso, o Executivo municipal deveria desembolsar R$ 156 milhões por ano para bancar o custo com as gratuidades –  passagens que não são cobradas de idosos com mais de 65 anos, por exemplo. 

O projeto de lei sobre o assunto só foi enviado ao Legislativo no dia 15 de fevereiro. Menos de uma semana depois, o Ministério Público de Contas recomendou a Câmara que não aceitasse o projeto devido a irregularidades e falta da apresentação de dados. 

Críticas

Durante a entrevista coletiva de ontem, Kalil citou nominalmente a presidente da Câmara Nely Aquino e disse que a ação dela de devolver o projeto à prefeitura foi motivada por “questões políticas”.  

“Isso beira o ridículo. Quero dizer que a população de Belo Horizonte mais uma vez foi prejudicada por uma questão política contra o Alexandre Kalil. Eu peço desculpa à população. Me desculpa, gente. Eu não sabia que esse ódio contra mim ia refletir na pobreza e em quem precisa”, disse.

Kalil disse, ainda, que Nely estaria interessada em concorrer como candidata a vice-governadora nas eleições deste ano. 

Rádio Itatiaia