Vereadora Nely Aquino dispara contra Kalil após declarações sobre CPIs na Câmara de BH
Vereadores de Belo Horizonte se reuniram, na tarde desta quinta-feira (21), no gabinete da Presidência da Câmara Municipal para discutir as declarações dadas pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD), que chamou de “clandestinos, irregulares e criminosos” os áudios enviados pelo ex-chefe de gabinete Alberto Lage à CPI da Covid, na Câmara de BH. Após o encontro, a presidente da casa, vereadora Nely Aquino (Pode), fez um pronunciamento público e subiu o tom pedindo respeito ao trabalho das comissões.
Mais cedo, na CPI, Lage entregou as gravações em que o prefeito afirmaria que o advogado do ex-presidente da BHTrans, Célio Bouzada, seria ligado a empresários de ônibus. De acordo com o ex-chefe de gabinete, a conversa foi gravada em 18 de agosto, durante reunião com o prefeito.
A reunião contou com a presença de 16 vereadores, que representam 23 parlamentares que compõem a CPI da Covid. Além dos representantes do bloco “Democracia & Independência”, do bloco “Independente” e do bloco “Juntos por BH”, representantes da bancada do Avante, do Cidadania, do Novo e do Progressistas estiveram presentes. Foram assinadas cinco moções de apoio a cinco cidadãos de Belo Horizonte.
Após o encontro, a presidente da Câmara Municipal, vereadora Nely Aquino (Pode), fez um pronunciamento público e subiu o tom para o prefeito Alexandre Kalil. Ela afirmou que o trabalho da Câmara precisa ser respeitado e que a casa está aberta ao diálogo, a qualquer momento, com a prefeitura.
Sobre a possibilidade de um pedido de impeachment contra Kalil, Aquino afirmou que vai aguardar os relatórios finais das CPIs, da BHTrans e da Covid, para analisar os relatórios e ver se, de fato, houve algum crime por parte do prefeito.
Em nota, a CMBH disse que as duas Comissões Parlamentares de Inquérito formalizadas e em funcionamento na Câmara Municipal têm prestado relevantes serviços à sociedade de Belo Horizonte. A CPI da BHTrans investiga denúncias de irregularidades no contrato de prestação de serviços de transporte de ônibus na capital e a legalidade da consultoria feita em 2018 pela empresa Maciel. Já a CPI da Covid-19 tem analisado gastos da PBH no período de pandemia, inclusive os relacionados a adiantamento de passagens para as empresas de ônibus.
A Câmara esclareu ainda que fiscalizar o Poder Executivo é função primordial da casa e competência dos vereadores democraticamente eleitos para representar a população de Belo Horizonte. Os vereadores afirmam ainda que se o Prefeito Alexandre Kalil desejar participar de reuniões das Comissões Parlamentares de Inquérito em andamento nesta Casa, é necessário que ele encaminhe ofício manifestando este interesse e que colabore enviando documentos pertinentes quando solicitados.
A CMBH afirmou ainda que, por ora, aguarda a apreciação dos relatórios de ambas as CPI’s, as quais sabiamente vêm realizando trabalhos com a devida seriedade e transparência nas apurações dos atos supostamente ilícitos dos quais tiveram conhecimento, mantendo sempre resguardados os direitos ao contraditório e à ampla defesa dos investigados para, a partir daí, tomar as medidas que entender necessárias.
Por fim, a Câmara garante que não vai se deixar intimidar e tem colaborado com a cidade economizando recursos. Neste ano, por exemplo, a Câmara economizou 79 milhões de reais de seu orçamento, que permitirá, inclusive, subsidiar o auxílio-Belo Horizonte para famílias de baixa renda. Não há democracia sem Parlamento independente.