Boom de empreendimentos no Bairro Sagrada Família
Belo Horizonte foi planejada para ser a Capital de nosso Estado. No entanto, desde a sua criação, fatores políticos, econômicos, culturais e sociais sempre influenciaram e impactaram para a ocorrência diversas mudanças na ocupação de nosso território. Desde o inicial processo de urbanização de BH assistimos um processo de concentração demográfica urbana nos bairros e regiões mais valorizadas em razão da ampla oferta de bens e serviços. Situação que ocorre atualmente no Bairro Sagrada Família.
Em um levantamento realizado pelo nosso mandato, identificamos a construção de 23 empreendimentos residenciais em andamento, somando mais de 252 unidades habitacionais, em sua maioria, com previsão de entrega entre 2021 e 2022. Se considerarmos que em cada uma destas residências habitarem famílias com um padrão de quatro pessoas, nos próximos dois anos, o Bairro Sagrada Família terá um acréscimo de aproximadamente de 1 mil novos moradores nos próximos dois anos.
O planejamento urbano é um instrumento político, mas sobretudo técnico e diante desta reflexão cabe-nos buscar respostas sobre como essa mudança no padrão populacional acentuará a demanda pelos serviços públicos, como a saúde, educação, transporte, meio ambiente, infraestrutura viária, segurança e claro, como isso afetará o modo de vida do Sagrada Família.
É necessário desenvolver um planejamento a curto prazo para equacionarmos demandas já saturadas como o déficit de espaço e a ampliação de atendimento em nosso centro de saúde. O aumento da oferta de vagas para educação infantil e fundamental. A implantação de um sistema de transporte público que comporte com mais conforto a demanda atual e que está prestes a se apresentar.
É preciso conservar o modo de vida do Sagrada Família, contendo os vários transtornos que podem vir causados pelo boom imobiliário sem planejamento, como já observamos em outras regiões da cidade, onde nos horários de pico o trânsito é impraticável e as demandas de infraestrutura estão saturadas.
É certo que estamos inseridos em uma metrópole. Meu dever como representante desta região é fazer o possível para amenizar os problemas. Precisamos sempre fortalecer nosso coro em defesa da nossa qualidade de vida. O nosso mandato está aqui para isso e não vamos descansar para que a oferta dos serviços públicos não se acanhe diante dessa nova demanda e a maneira de viver na região não seja prejudicado.