Comissão vistoria escolas de BH para volta às aulas em março
A Comissão de Educação da Câmara Municipal de Belo Horizonte deu início nesta quarta-feira (17) a uma série de vistorias nas escolas municipais da capital para conferir os preparativos e a estrutura das unidades para o retorno das aulas presenciais. Segundo a PBH, o retorno da educação infantil está mantido para o próximo mês caso a taxa de contaminação pelo coronavírus na cidade diminua. Para essa volta às aulas são esperados mais de 105 mil crianças. De acordo com a prefeitura, serão permitidos 12 alunos por turma por um período máximo de quatro horas.
A primeira unidade visitada pelos vereadores foi a Escola Municipal Imaco, no bairro Funcionários, região Centro-Sul da capital. Os parlamentares ainda irão visitar mais 15 escolas. Segundo os vereadores, é preciso de mais ajustes nos protocolos. “Acredito que ainda não se tenha estrutura. Falta algumas adaptações, como a parte do uso do álcool em gel ser disponibilizada em mais pontos para garantir mais segurança”, disse o vereador Rubão (PP).
O vereador Wilsinho Tabu (PP) ainda acrescentou: “Faltam marcações no chão, ao mesmo tempo temos a ausência de um calendário de vacinações dos servidores e estudantes”.
“Ainda carece de muitas adequações. Só para ter um exemplo, pias e banheiros ainda não estão dentro do padrão previsto no protocolo, as salas não estão montadas com os equipamentos para que o professor priorize atividades audiovisuais, vimos ainda um foco muito grande no material com o uso no papel. A gente não pode esquecer que é fundamental avançar na testagem dos profissionais e das crianças e também a luta para vacina para todos”, completa a vereadora Macaé Evaristo (PT).
Já a parlamentar Flávia Borja (Avante) acredita que será possível um retorno. “É preciso algumas adequações, como janelas maiores, para permitir maior ventilação, mas a escola que visitamos hoje (ontem) tem uma boa estrutura, passou por reforma recente. Precisamos ver as demais, mas acredito que é possível sim o retorno, as unidades já estão correndo atrás dos pontos necessários”, avaliou.
Volta às aulas. Nesta semana, a Prefeitura de Belo Horizonte iniciou também um levantamento sobre a volta das aulas presenciais na capital. O executivo municipal enviou um questionário para mais de 80 mil famílias sobre um possível retorno das atividades nas escolas de educação infantil e creches parceiras. Devido a pandemia, as escolas em BH estão fechadas há quase um ano.
No formulário, as famílias devem informar, até este domingo, a faixa etária da criança, se a mandariam à escola em um eventual retorno e se consideram importantes atividades remotas na educação infantil. Segundo a PBH, o questionário tem como objetivo dimensionar se será necessário um rodízio entre as turmas.
No último mês, a secretária municipal de Educação, Ângela Dalben, anunciou que as escolas municipais podem reabrir as portas a partir de março, a começar pelos alunos da educação infantil, de 0 a 5 anos. Um dos critérios para a retomada seria a queda da taxa de contaminação pelo coronavírus. No entanto, a incidência de casos ainda é quase 14 vezes maior que o considerado ideal para a retomada das atividades presenciais.
Em coletivas de imprensa, o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, reforçou que o número considerado satisfatório para permitir a reabertura das escolas é de 20 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Atualmente, esse índice é de 276,7 casos para cada 100 mil habitantes.
Mas esse não é o fator decisivo para a volta das atividades. O retorno depende ainda do andamento do processo de vacinação na cidade e da permissão da equipe de saúde que faz parte do Comitê de Enfrentamento à doença. Para essa retomada, a PBH cogita dividir o retorno em três fases, começando com a educação infantil. Os próximos grupos seriam o ensino fundamental, com crianças de 6 a 8 anos, e, por último, os alunos de 9 a 14 anos.
Procurada, a prefeitura de Belo Horizonte informou que apesar da escola vistoriada pelos vereadores nesta quarta-feira (14) não estar previsto o retorno imediato, a unidade atende a todos os protocolos definidos pela PBH. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, a pasta aguarda o detalhamento do relatório da vistoria para avaliar e responder tecnicamente todas as questões da Câmara Municipal.
Audiência pública. O retorno às aulas nas escolas públicas e particulares de BH será tema de audiência pública nesta quinta-feira, às 13h, no Plenário Helvécio Arantes. O debate foi agendado pela Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo, e terá como convidados a secretária municipal de Educação, Ângela Dalben, e representantes do Ministério Público de Minas Gerais, da UFMG e do Sindicato das Escolas Particulares